Ela acordou de um susto. Pulou da cama já com os pés dentro dos sapatos. Saltou até o banheiro tropeçando nas pernas e escovou os dentes enquanto bocejava. Engoliu um xícara de café fervendo e correu. Correu como se não pudesse resistir mais um segundo ao sol quente que lhe escaldava as costas. A cada passo que dava suas mãos suadas tremiam de ansiedade. E o despertador que não tocou! Tudo podia ser tão mais fácil. Correu enquanto cada ponto de seu corpo pedia por descanso. O relógio. O relógio. Pulou pela grama, cruzou uma estrada. Correu desviando de postes, árvores e homens. A morte lhe parecia mais doce que toda aquela velocidade. Sua alma quase escapava; faltava pouco agora, menos de três passos. Ela respirou fundo e tentou parar de ofegar. Secou disfarçadamente as mãos na blusa e sorriu:
- Cheguei a tempo, meu amor?
Ele sorriu de volta:
- Dois minutos de atraso.
E então foram almoçar...
23 novembro 2007
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5 respostas:
o público pede mais, dear night mistress!
Eu apostaria em Guilherme, por ter escrito os nomes próprios em minúsculas, como lhe é de costume.
No entanto, o Rafael é observador, e assim como eu ele pode ter notado e copiado o estilo guilhermiano...
Então, continuo na incerteza.
Gostei bastante, mas não gostei muito do diálogo, nem (não sei porque) da última frase.. Questão de rebuscar um pouquinho, acho.. Seja como for, gostei.
= )
É, o diálogo ficou pouco elaborado... Mas acho que é porque quando o escrevi eu já estava ficando atrasada.
hehe..
Haha! Muito boa.
; D
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